01 julho 2010

Social Media BR - Consumo Colaborativo

As alterações na forma de consumo se tornam mais evidentes à medida que a comunicação entre os consumidores se torna mais possível e aberta.

No último século, a era do hiper consumo, vivemos o desenfreado. Comprar, gastar e ter eram palavras que nos motivavam. Isso acabou nos colocando em um ponto mais reflexivo da história, onde pela primeira vez o homem para e analisa o efeito de suas ações.

Tais preocupações são muito mais disseminadas hoje em dia, mas não apenas por ter a preocupação mais presente, afinal possivelmente esta sempre esteve entre a gente. O fato é que agora a troca de ideias é ainda mais fácil, e assim o novo século desponta com novas possibilidades de consumo, hoje apenas possível por conta do diálogo mais abrangente.

A mudança de foco é simples: os bens de consumo deixam de ser apenas o físico e passam a ser seus serviços. Em exemplo simples: você não paga mais para ter um carro e sim para ter um meio de transporte.

Colocando as pessoas a frente do consumo, podemos enxergar que as redes sociais passam a ter papel importante para difundir as necessidades em comum de cada um. O comportamento muda pois a web potencializa o relacionamento entre as pessoas. A internet mobiliza os afins.

As mudanças na maneira de consumo, após a mobilização gerada pela internet, alteraram diversas áreas como turismo, financiamento e comércio, entre outras. O mais evidente fica por conta do aluguel e da compra de bens.

Para ajudar a mudar o ambiente destas áreas, temos as marcas impulsionando as maneiras de se fazer negócios. O \'Tudo é meu\' passa a ser \'Tudo é nosso\'. O consumo Colaborativo gera então três esferas: Produto enquanto serviço, redistribuição e lifestyle.

Na esfera do ‘Produto enquanto Serviço’ temos o objeto deixando a sua forma física e passando a ser explorado por sua utilidade. Por que comprar um cortador de grama enquanto você pode obter um emprestado ou alugado em determinadas redes sociais virtuais?

Um ótimo exemplo é o do uso de um carro. Estima-se que o custo de uso de um carro para um proprietário comum seja de R$ 55,00 por hora, considerando o uso médio do veículo sendo de 1h30 por dia, chegando ao total de 550h por ano e o valor do veículo de R$ 30.000 por veículo. Não foram considerados impostos, combustíveis e manutenção.

O valor é excessivamente alto e algumas empresas da área de car sharing com melhor relação de custo benefício já vêm apresentando ao mundo movimentações financeiras interessantes justamente por isso. Estima-se que este mercado gere R$ 15 bi por ano.

Seguindo este exemplo está o mercado de aluguel de bicicletas, o que mais cresce entre todos os meios de transporte do mundo. E há ainda outros exemplos, como do Zilok, que aluga de carrinhos de bebê até mesmo a de caçambas de entulho.

Na esfera da Redistribuição vimos que o que é inútil para você passa a ser útil para outras pessoas, o que aumenta a sobrevida de objetos e torna a experiência de consumo cada vez mais ecológica e rentável. Ebay, CraigList e Freecycle são alguns dos espaços virtuais de relacionamento especializados nesta área.

Há também o Book Mooch, especializado em livros, cruzando informações entre quem tem livros para emprestar e quem quer ler tais livros. Há ainda o mais abrangente, o Share Some Sugar, que redistribui de tudo.

Na terceira esfera, a do Lifestyle, não se discute a troca ou comercialização de produtos e sim de habilidades, tempo útil e até mesmo espaços. Sabe tudo sobre culinária indiana? Que tal ensinar alguém que manja tudo de wordpress, assim ela cria o seu site de receitas, completando a troca de favores?

Duas redes sociais que se destacam neste aspecto são a comunidade virtual CouchSurfing e a AirBnb. A primeira possui 5 milhões de usuários e possui 99% de aprovação por parte deles.

Nela os internautas se cadastram oferecendo um sofá, ou mesmo um quarto, para hóspedes de outros países interessados em fazer turismo mais acessível. O segundo já serve para quem prefere fazer algum dinheiro e alugar espaço em sua casa para o tal turista.

Em ambos os sites, todos os usuários saem ganhando, afinal quem oferece o espaço tem um retorno financeiro e quem o aluga tem uma experiência mais próxima à da realidade do país em que visita, afinal está vivendo com um local.

Outro relacionado a espaço é o LandShare, grande sucesso na Inglaterra. Ele serve para mostrar jardins ociosos do Reuno Unido, ou oferece ajuda de jardinagem a quem estiver interessado em cultivar o seu. São US$ 5,8 bi e 50 mil pessoas conectadas a ela.

Já o site Brooklyn Skill Share une pessoas que podem ensinar com quem quer aprender. E há até mesmo site de empréstimo de dinheiro, com taxas muito mais interessantes do que as apresentadas por Bancos. O melhor exemplo neste caso é o Zopa, dos Estados Unidos, que apresentou crescimento mesmo em épocas de crise financeira.

São saídas como estas que prometem melhorar a relação de consumo ou mesmo apresentar novas possibilidades a microempreendedores e microfinancistas, ajudando a resolver boa parte dos problemas pra todos os conectados, de forma ecológica e mais humana.

Para isto basta estar aberto à mudança de comportamento atrelada à tecnologia. E ser conectado, claro.

Fonte: TV Cultura

Um comentário:

Falaaê.

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